Sindicato e petroleiros afastados por Benzeno traçam ações para ter direitos reconhecidos

Sindicato e petroleiros afastados por Benzeno traçam ações para ter direitos reconhecidos

No final do primeiro semestre de 2009, a população brasileira foi surpreendida com a notícia de que grandes marcas de bebidas utilizam em seus refrigerantes o benzeno – substância química cancerígena.

De assunto restrito ao meio científico e acadêmico, o benzeno passou a fazer parte do vocabulário dos consumidores e ganhar as manchetes dos jornais. No entanto, menos de um ano após a pesquisa que revelou a presença da substância nos refrigerantes o assunto foi esquecido.

Situação oposta vive a categoria petroleira. A morte do companheiro da RPBC Roberto Crapa, em 2004, por causa da contaminação por benzeno, até hoje nos sensibiliza e serve de exemplo para não permitirmos que a empresa exponha os companheiros que trabalham nas refinarias, terminais e plataformas aos riscos deste agente químico.

Somada à luta diária para que o Programa de Prevenção à Exposição Ocupacional do Benzeno seja cumprido, o Sindipetro-LP retomou neste início de ano as discussões com os petroleiros contaminados pela exposição a produtos com corrente de benzeno, dentre eles o grupo dos 13.

A reunião, realizada na última quarta-feira (03/02), ajudou a apontar novos caminhos e possíveis medidas para que esses trabalhadores tenham os seus direitos reconhecidos. Estiveram presentes os diretores Edgar Palhari (Saúde) e Eduardo Galvão, a assistente social Marli Dias, todos do Sindicato, e o médico da Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo (DRT-SP), Danilo Fernandes Costa.

“Este problema está se arrastando há bastante tempo e precisamos solucioná-lo o quanto antes. Estamos cobrando da Petrobrás uma postura mais humanizada. Ela não pode continuar tendo essa postura negligente. Os petroleiros são o maior patrimônio desta empresa e precisam ser reconhecidos como tal”, disse Palhari.

Acompanhando o caso desde o seu ponto de partida, o médico Danilo Fernandes Costa reforça a opinião de Edgar. “O maior desafio daqui pra frente é mudar a atitude da empresa. Ela não pode ser omissa e manter os petroleiros com alterações hematológicas em áreas de risco. Os direitos desses trabalhadores precisam ser ampliados”, ressaltou.

A primeira reunião do ano foi apenas o pontapé inicial e serviu para dar um recado à Petrobrás: estamos nos articulando. Sabemos que o interesse da empresa é ganhar tempo e alongar este processo. Queremos deixar bem claro que o Sindicato irá combater qualquer movimento nesta direção e não permitirá que os petroleiros sejam enganados.

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