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Petroleiros são vítimas fatais de acidentes no Rio e Sergipe

Petroleiros são vítimas fatais de acidentes no Rio e Sergipe

Duas vítimas fatais em menos de uma semana. Em um caso, suspeita-se que a terceirizada Transocean, na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, mandava a vítima, Adeilson dos Anjos de Jesus, desempenhar funções fora da sua competência; no outro um engenheiro, José Geraldo de Oliveira Filho, morreu eletrocutado na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe (Fafen-SE), onde, uma semana antes, outro companheiro já havia sofrido acidente fatal.

(Agência Petroleira de Notícias)

Uma nota fria da Petrobrás. Repercussão quase nenhuma na imprensa. Assim foi
noticiada a morte do engenheiro de equipamentos José Geraldo Pereira de
Oliveira Filho, que trabalhava na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de
Sergipe (Fafen-SE). José Geraldo morreu no domingo, 15, depois de receber
uma descarga elétrica de alta voltagem. O Sindicato dos Petroleiros de
Sergipe e Alagoas acompanha as investigações sobre as causas do acidente, ao
lado de representantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa)
e da empresa. Esta não foi a primeira morte em Sergipe, durante a jornada de
trabalho, nas últimas duas semanas.

Na Bacia de Campos, o operário Adeilson dos Anjos de Jesus, um jovem de
apenas 27 anos, morreu na última quarta, 11/6. O acidente repercutiu no
jornal A Tarde, na Bahia. Adeilson era baiano e trabalhava embarcado,
contratado pela empresa Transocean, em Macaé, Rio de Janeiro. Foi a sexta
vítima fatal, envolvendo trabalhadores terceirizados na Bacia de Campos,
desde janeiro de 2008.

A família de Adeilson acredita que houve negligência da Transocean. Ainda de
acordo com o jornal, seu pai, Antônio Carlos Souza de Jesus, de 53 anos,
assegura que o filho não estava habilitado para a função que estava
desempenhando, no momento do acidente. Antônio Carlos fala não só como pai,
mas também com a experiência de quem já trabalha na perfuração de poços de
petróleo há 32 anos.

A vítima, Adeilson, contratado como plataformista, fazia uma manobra
operacional num ponto da torre da plataforma SS49, situado a uma altura de
28 metros, quando teve o braço esquerdo arrancado devido à tração de uma
corrente, puxada por um guincho que se enrolou na sua mão. Seu pai afirma
que o rapaz “era uma homem de área, portanto, não poderia desempenhar aquela
função”. As tarefas de um plataformista deveriam ser realizadas apenas no
piso da torre. As manobras desempenhadas no alto requerem um maior
treinamento e são praticadas pelos chamados torristas. As investigações
sobre esse segundo acidente começaram na última quinta, 12/6. A comissão
inclui representações da Petrobras, do Sindipetro-NF e da Marinha.

Segundo informações da prima de Adeilson, Ilza Carla Rosário de Jesus, houve
demora no atendimento. Inconformada, ela acredita que a longa espera pode
ter ocasionado a morte do primo. “Ele sofreu duas paradas
cardiorrespiratórios, foi reanimado, mas na terceira não resistiu e
morreu” – contou à reportagem do jornal. Essas informações terão que ser
apuradas na investigação do acidente.
Os trabalhadores terceirizados são as maiores vítimas dos acidentes na
Petrobrás. Mas os empregados diretos da empresa também morrem. O engenheiro
José Geraldo, concursado da Petrobrás, estava trabalhando na empresa apenas
há três anos.

Na Bacia de Campos, os índices de acidentes envolvendo mão-de-obra
terceirizada nas plataformas são alarmantes. Em 2008, foram registrados seis
acidentes que resultaram em óbitos, quatro deles de trabalhadores
terceirizados. De 1998 a 2007, foram 90 mortos nas cerca de 40 plataformas
da Bacia de Campos, sendo 27 trabalhadores da Petrobrás e 63 funcionários
terceirizados.

Este ano, o mais grave resultou na morte de cinco trabalhadores, no dia 26
de fevereiro, quando o helicóptero Super Puma da empresa BHS Táxi Aéreo
afundou, depois de um pouso forçado em alto mar, após decolar da plataforma
P-18 em direção a Macaé, no Estado do Rio. O Sindicato dos Petroleiros do
Rio, na época, ressaltou a preocupação com a manutenção das aeronaves.
Embora seja um serviço terceirizado, a Petrobrás, como contratante, não
está isenta da responsabilidade sobre os acidentes ocorridos em ambiente de
trabalho.

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