A Petrobrás apresentou na madrugada desta quarta-feira (28) os resultados do balanço do terceiro trimestre de 2014, sem revisão dos auditores. O lucro líquido apontado pela empresa foi de R$ 3,087 bilhões.  Em comparação ao segundo trimestre do ano passado, houve uma queda de 38% sobre o lucro da empresa e de 9% se a comparação for relativa ao terceiro trimestre de 2013, quando o lucro líquido foi de R$ 3,395 bilhões.

Segundo a empresa, “a divulgação das demonstrações contábeis não revisadas pelos auditores independentes do terceiro trimestre de 2014 tem o objetivo de atender obrigações da Companhia (covenants) em contratos de dívida e facultar o acesso às informações aos seus públicos de interesse, cumprindo com o dever de informar ao mercado e agindo com transparência com relação aos eventos recentes que vieram a público no âmbito da “Operação Lava Jato””. Porém, a empresa não contabilizou no relatório os valores que teriam sido desviados nos casos de corrupção e desvios denunciados na operação da Polícia Federal.

No documento, a empresa afirma que “o resultado das avaliações indicou que os ativos com valor justo abaixo do imobilizado totalizaram R$ 88,6 bilhões de diferença a menor. Os ativos com valor justo superior totalizaram R$ 27,2 bilhões de diferença a maior frente ao imobilizado”.

O conselho administrativo da empresa, em reunião nesta terça-feira (27), decidiu não utilizar a metodologia “pois o ajuste seria composto de elementos que não teriam relação direta com pagamentos indevidos”

A solução apontada pela empresa será utilizar outra metodologia “que tome por base valores, prazos e informações contidos nos depoimentos em conformidade com as exigências dos órgãos reguladores”, que são a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a Securities and Exchange Commission (SEC).

De quem é a culpa pela queda do lucro?
O que vemos no relatório apresentado é uma sequência de queda dos lucros em comparação ao ano de 2013, sendo que em 2014 a empresa bateu recordes de produção. Segundo a Petrobrás, a carga refinada neste ano foi de 2,1 milhões de barris de petróleo por dia (bpd). O volume é 34 mil barris por dia superior ao recorde anterior, alcançado em 2013, com um aumento no ano de 1,7%. O pré-sal também tem contribuído para melhorar os índices de produção da empresa, extraindo cerca de 700 mil barris por dia.

Está claro que o petroleiro não é o responsável pela desvalorização da empresa, pois nunca se trabalhou tanto nesta empresa, como vemos atualmente. A companhia tem cortado drasticamente as despesas com o trabalhador, obrigando diversos setores a trabalharem com quadro mínimo reduzido, o que ocasiona mais horas extras e consequentemente diminui a segurança nas unidades. O sucateamento da empresa é uma triste e perigosa situação presenciada nos quatro cantos do país. O Procop (Programa de Otimização de Custos Operacionais) tem retirado  inclusive itens de higiene e alimentação das unidades, mantendo os trabalhadores em constante estado de assédio moral na empresa.

Mesmo sem recebermos aumento real e mesmo com o afastamento dos aposentados e pensionistas da conta da empresa, a queda no lucro no trimestre nos é creditada, conforme explica a empresa, que afirma que a redução se dá “principalmente, por gastos com o Acordo Coletivo de Trabalho (R$ 1,0 bilhão)”. Felizmente não somos os únicos responsabilizados pela perdas da Petrobrás, já que também nesta conta está apontado o “pagamento do acordo com a Bolívia para importação do gás natural (R$ 0,9 bilhão) e pelas baixas no ativo referente aos Projetos Premium I e II (R$ 2,7 bilhões).

A FNP está cobrando da Petrobrás uma reunião para o dia 29 de janeiro, para discutir as tratativas do adiantamento da PLR. Até o momento a empresa não confirmou a reunião.