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Estudo mostra que vizinhos de polo petroquímico ficam mais doentes

Uma pesquisa do laboratório de poluição da Universidade de São Paulo (USP) mostrou um aumento significativo nos índices de doenças da tireoide na população que vive perto de um polo petroquímico entre Mauá e Santo André, no ABC, e São Paulo.
O Polo Petroquímico de Mauá é composto por 12 empresas, que são vistoriadas regularmente e multadas quando há irregularidades. Os principais problemas que já foram encontrados estão relacionados à contaminação do solo, de águas subterrâneas e à emissão de gases poluentes na atmosfera.
O fogo da chaminé, que fica visível dia e noite, é resultado da queima dos gases produzidos para fazer plástico e outros derivados do petróleo usados no dia a dia. O problema é que a fumaça se dissipa e vai longe.
Gilda Martins, que mora a mais de 1 km de uma fábrica, conta que às vezes tem dificuldade para respirar. “Nesse calor a gente é obrigado a fechar os vidros do quarto porque o cheiro é forte e atrapalha a respiração”, contou.
Além das doenças respiratórias, é comum encontrar na região pessoas com problemas de tireoide. A dona de casa Sueli de Oliveira recebeu um diagnóstico de hipotireoidismo e a filha, de 25 anos, já teve que tirar um nódulo da tireoide. “Foi um susto. Para minha surpresa ela tirou um nódulo de 2 cm por 3 cm”, disse.
A endocrinologista Maria Ângela Zaccarelli, que liderou o estudo, observou que a proporção de doentes entre vizinhos do polo petroquímico aumentou de 2,5%, em 1992, para 57,6%, em 2001. “Esse aumento foi paralelo ao aumento no número de empresas na região”, afirmou.
Os estudiosos notificaram a Secretaria de Saúde Estadual, que fez um alerta à população. Depois disso, novos casos foram descobertos. Em uma comparação feita em 2005, número de doentes na área próxima ao polo foi cinco vezes maior do que em bairros mais afastados. A pesquisa identifica, em média, 11 doentes por mês.
O Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos (Sinproquim) afirmou que as empresas do Polo do ABC obedecem padrões ambientais  rigorosos, estabelecidos por lei. Segundo o sindicato, em 42 anos de existência, as indústrias do local implantaram novas tecnologias para reduzir impactos ambientais.
A Cetesb disse que faz inspeções a cada 40 dias na região e que monitora as substâncias emitidas pelas chaminés. Ao todo, 18 multas foram aplicadas às empresas nos últimos anos. De acordo com o Ministério Público, a investigação ainda não virou processo porque falta identificar exatamente qual poluente causa a mutação na glândula tireóide, e faz os pacientes desenvolverem doenças.

Uma pesquisa do laboratório de poluição da Universidade de São Paulo (USP) mostrou um aumento significativo nos índices de doenças da tireoide na população que vive perto de um polo petroquímico entre Mauá e Santo André, no ABC, e São Paulo.

O Polo Petroquímico de Mauá é composto por 12 empresas, que são vistoriadas regularmente e multadas quando há irregularidades. Os principais problemas que já foram encontrados estão relacionados à contaminação do solo, de águas subterrâneas e à emissão de gases poluentes na atmosfera.

O fogo da chaminé, que fica visível dia e noite, é resultado da queima dos gases produzidos para fazer plástico e outros derivados do petróleo usados no dia a dia. O problema é que a fumaça se dissipa e vai longe.

Gilda Martins, que mora a mais de 1 km de uma fábrica, conta que às vezes tem dificuldade para respirar. “Nesse calor a gente é obrigado a fechar os vidros do quarto porque o cheiro é forte e atrapalha a respiração”, contou.

Além das doenças respiratórias, é comum encontrar na região pessoas com problemas de tireoide. A dona de casa Sueli de Oliveira recebeu um diagnóstico de hipotireoidismo e a filha, de 25 anos, já teve que tirar um nódulo da tireoide. “Foi um susto. Para minha surpresa ela tirou um nódulo de 2 cm por 3 cm”, disse.

A endocrinologista Maria Ângela Zaccarelli, que liderou o estudo, observou que a proporção de doentes entre vizinhos do polo petroquímico aumentou de 2,5%, em 1992, para 57,6%, em 2001. “Esse aumento foi paralelo ao aumento no número de empresas na região”, afirmou.

Os estudiosos notificaram a Secretaria de Saúde Estadual, que fez um alerta à população. Depois disso, novos casos foram descobertos. Em uma comparação feita em 2005, número de doentes na área próxima ao polo foi cinco vezes maior do que em bairros mais afastados. A pesquisa identifica, em média, 11 doentes por mês.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos (Sinproquim) afirmou que as empresas do Polo do ABC obedecem padrões ambientais  rigorosos, estabelecidos por lei. Segundo o sindicato, em 42 anos de existência, as indústrias do local implantaram novas tecnologias para reduzir impactos ambientais.

A Cetesb disse que faz inspeções a cada 40 dias na região e que monitora as substâncias emitidas pelas chaminés. Ao todo, 18 multas foram aplicadas às empresas nos últimos anos. De acordo com o Ministério Público, a investigação ainda não virou processo porque falta identificar exatamente qual poluente causa a mutação na glândula tireóide, e faz os pacientes desenvolverem doenças.

Fonte: G1

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