Sindipetro faz atrasos na RPBC, Tebar e UTGCA contra mortes na Petrobrás

Sindipetro faz atrasos na RPBC, Tebar e UTGCA contra mortes na Petrobrás

O Sindipetro-LP, em parceria com os outros sindicatos que compõem a FNP, realizou nesta terça-feira, 26, uma série de atos para chamar atenção da Petrobrás aos riscos que a categoria petroleira está exposta. O Dia de Luto e Luta lembrou ainda a morte do técnico de operação, Antônio Rafael Santana, 26 anos, vítima de explosão em um possível vazamento de gás na Reman, em Manaus.

As manifestações começaram entre 7h e 8h, na entrada dos turnos da RPBC, UTGCA e Tebar, com atrasos de cerca de uma hora. A categoria lembrou ainda a morte de 10 pessoas em São José dos Campos, no dia 26 de agosto de 1981, quando um vazamento de gás sulfídrico vindo da Unidade de Craqueamento Catalítico vitimou instantaneamente nove trabalhadores.
De 95 até agora, mais de 300 trabalhadores morreram dentro de unidades do Sistema Petrobrás. Todos os acidentes poderiam ter sido evitados. Em de São José, por exemplo, o equipamento apresentou problemas duas horas antes do acidente.
As tragédias anunciadas continuam no Sistema Petrobrás. O Sindipetro-LP apresentou alguns casos vividos no Litoral Paulista. Em julho, na UTCGA, em Caraguatatuba, um incidente de alto potencial de risco por volta das 8h30, fez com que a sala de controle perdesse toda a informação de controle operacional da planta e as telas de supervisórios ficaram cinzas, sem apresentar nenhuma informação. O procedimento de emergência foi colocado em prática. Foi acionado o trip da planta (SD3) sem sucesso. A equipe de operação tripou a planta toda em manual, fechando válvulas na área e a unidade permaneceu inoperante até às 20h. O voo cego, como nominou a própria gerência da unidade, ficou sem explicação, com a alegação de não criar pânico na categoria. A atitude causou grande inquietação porque uma situação dessas poderia ter ocasionado um acidente de grandes proporções.
Outro acidente recente, dessa vez com um ferido, aconteceu na RPBC, no dia 18 de agosto, quando um técnico de operação foi ferido enquanto realizava a liberação da válvula controladora da unidade de destilação N, com o petróleo aquecido a cerca de 180º. O material saiu pela mangueira, atingindo o corpo do trabalhador que conseguiu segurar o artefato para minimizar o banho que estava tomando. Como resultado o petroleiro teve 20% do corpo atingido (costas, rosto, pescoço e ombros) com queimaduras de 1º e 2º graus. A fumaça emanada do equipamento além de tóxica é explosiva e poderia ter causado danos ainda maiores aos trabalhadores.
Perigos para todos
A segurança dos trabalhadores não deve se limitar somente em evitar acidentes na área industrial. Todos que trabalham em unidades da Petrobrás, com exceção dos que atuam nos edifícios sede fora da área de risco, estão diretamente sujeitos a reagentes químicos manipulados na produção dos derivados de petróleo.
O famigerado Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop) tem colocado em risco a saúde dos petroleiros. Fato é que a empresa tem economizado nos exames médicos. Os trabalhadores do chão de fábrica, que estão diretamente expostos aos agentes químicos e radioativos, tiveram retirados de seus hemogramas exames específicos, que os coloca em risco iminente à exposição ao benzeno, por exemplo, elemento encontrado em diversos produtos da companhia. Essa prática foi questionada por profissionais de saúde durante reunião da FNP com o SMS corporativo, que não apresentou nenhuma explicação sobre a economia. Aliás, para a empresa, houve uma diminuição dos acidentes de trabalho, em cerca de 9% de 2013 até agora, embora o caldo só engrosse.
Segundo a companhia, 7.631 empregados se inscreveram no Plano Individual de Desligamento Voluntário (PIDV), sendo que destes 3.037 já foram desligados, 313 desistiram e 4.281 petroleiros ainda ativos no sistema, podem aderir ao programa.
As baixas são um retrocesso para a categoria, pois além de perdermos importantes profissionais, que levam consigo anos de experiência na área, a empresa ainda não apresentou planejamento de como será reposta a mão de obra perdida. Como consequência do desmonte do quadro de concursados, cada vez mais se vê petroleiros terceirizados executando atividade fim.
Terceirizados e administrativo
Os trabalhadores terceirizados são as maiores vítimas de acidentes no Sistema Petrobrás. O grande número de trabalhadores nesta situação já chega a mais de 80% da mão de obra na companhia. Como consequência da prática privatista adotada na empresa, os critérios para fechar contratos são duvidosos, haja vista as irregularidades mostradas ultimamente na mídia. O que vemos são empresas contratadas abrindo falência, deixando milhares de famílias sem sustento, largados a própria sorte e a ações judiciais. A rotatividade das empresas que assumem contratos, os baixos salários e a falta de treinamento pontuam os problemas vividos pelo setor terceirizado, que se expõe diretamente aos riscos do sucateamento das unidades.
A cada ano mais e mais trabalhadores que atuam nos edises estão sendo afastados por problemas ortopédicos, causados por cadeiras que não são ergonômicas, problemas de saúde, por respirarem ar expirados de aparelhos de ar condicionado, estresse, devido a assédio moral e pressão por metas, entre outros problemas comuns a quem trabalha em escritório.
É necessário que a categoria denuncie e cobre da empresa e junto com o Sindipetro se posicione contra as práticas abusivas da companhia perante seus funcionários. Se o RH não se preocupa com a saúde da categoria, deve ser porque seus salários cobrem os prejuízos. Os planos aos qual a categoria é submetida não correspondem com o lucro que cada petroleiro dá a empresa.
A segurança deve ser levada a sério. O trabalhador cumpre seu papel, mas falta o retorno da empresa, cobrando e fiscalizando os que são responsáveis pela saúde e segurança de quem está no chão de fábrica.

As manifestações começaram entre 7h e 8h, na entrada dos turnos da RPBC, UTGCA e Tebar, com atrasos de cerca de uma hora. No aeroporto de Itanhaém os companheiros fizeram um minuto de silêncio antes de embarcarem para as plataformas de Mexilhão e Merluza. A categoria lembrou ainda a morte de 10 pessoas em São José dos Campos, no dia 26 de agosto de 1981, quando um vazamento de gás sulfídrico vindo da Unidade de Craqueamento Catalítico vitimou instantaneamente nove trabalhadores.

De 95 até agora, mais de 300 trabalhadores morreram dentro de unidades do Sistema Petrobrás. Todos os acidentes poderiam ter sido evitados. Em de São José, por exemplo, o equipamento apresentou problemas duas horas antes do acidente.

As tragédias anunciadas continuam no Sistema Petrobrás. O Sindipetro-LP apresentou alguns casos vividos no Litoral Paulista. Em julho, na UTCGA, em Caraguatatuba, um incidente de alto potencial de risco por volta das 8h30, fez com que a sala de controle perdesse toda a informação de controle operacional da planta e as telas de supervisórios ficaram cinzas, sem apresentar nenhuma informação. O procedimento de emergência foi colocado em prática. Foi acionado o trip da planta (SD3) sem sucesso. A equipe de operação tripou a planta toda em manual, fechando válvulas na área e a unidade permaneceu inoperante até às 20h. O voo cego, como nominou a própria gerência da unidade, ficou sem explicação, com a alegação de não criar pânico na categoria. A atitude causou grande inquietação porque uma situação dessas poderia ter ocasionado um acidente de grandes proporções.

Outro acidente recente, dessa vez com um ferido, aconteceu na RPBC, no dia 18 de agosto, quando um técnico de operação foi ferido enquanto realizava a liberação da válvula controladora da unidade de destilação N, com o petróleo aquecido a cerca de 180º. O material saiu pela mangueira, atingindo o corpo do trabalhador que conseguiu segurar o artefato para minimizar o banho que estava tomando. Como resultado o petroleiro teve 20% do corpo atingido (costas, rosto, pescoço e ombros) com queimaduras de 1º e 2º graus. A fumaça emanada do equipamento além de tóxica é explosiva e poderia ter causado danos ainda maiores aos trabalhadores.

Perigo para todos
A segurança dos trabalhadores não deve se limitar somente em evitar acidentes na área industrial. Todos que trabalham em unidades da Petrobrás, com exceção dos que atuam nos edifícios sede fora da área de risco, estão diretamente sujeitos a reagentes químicos manipulados na produção dos derivados de petróleo.

O famigerado Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop) tem colocado em risco a saúde dos petroleiros. Fato é que a empresa tem economizado nos exames médicos. Os trabalhadores do chão de fábrica, que estão diretamente expostos aos agentes químicos e radioativos, tiveram retirados de seus hemogramas exames específicos, que os coloca em risco iminente à exposição ao benzeno, por exemplo, elemento encontrado em diversos produtos da companhia. Essa prática foi questionada por profissionais de saúde durante reunião da FNP com o SMS corporativo, que não apresentou nenhuma explicação sobre a economia. Aliás, para a empresa, houve uma diminuição dos acidentes de trabalho, em cerca de 9% de 2013 até agora, embora o caldo só engrosse.

Segundo a companhia, 7.631 empregados se inscreveram no Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV), sendo que destes 3.037 já foram desligados, 313 desistiram e 4.281 petroleiros ainda ativos no sistema, podem aderir ao programa.

As baixas são um retrocesso para a categoria, pois além de perdermos importantes profissionais, que levam consigo anos de experiência na área, a empresa ainda não apresentou planejamento de como será reposta a mão de obra perdida. Como consequência do desmonte do quadro de concursados, cada vez mais se vê petroleiros terceirizados executando atividade fim.

Terceirizados e administrativo
Os trabalhadores terceirizados são as maiores vítimas de acidentes no Sistema Petrobrás. O grande número de trabalhadores nesta situação já chega a mais de 80% da mão de obra na companhia. Como consequência da prática privatista adotada na empresa, os critérios para fechar contratos são duvidosos, haja vista as irregularidades mostradas ultimamente na mídia. O que vemos são empresas contratadas abrindo falência, deixando milhares de famílias sem sustento, largados a própria sorte e a ações judiciais. A rotatividade das empresas que assumem contratos, os baixos salários e a falta de treinamento pontuam os problemas vividos pelo setor terceirizado, que se expõe diretamente aos riscos do sucateamento das unidades.

A cada ano mais e mais trabalhadores que atuam nos edises estão sendo afastados por problemas ortopédicos, causados por cadeiras que não são ergonômicas, problemas de saúde, por respirarem ar expirados de aparelhos de ar condicionado, estresse, devido a assédio moral e pressão por metas, entre outros problemas comuns a quem trabalha em escritório.

É necessário que a categoria denuncie e cobre da empresa e junto com o Sindipetro se posicione contra as práticas abusivas da companhia perante seus funcionários. Se o RH não se preocupa com a saúde da categoria, deve ser porque seus salários cobrem os prejuízos. Os planos aos qual a categoria é submetida não correspondem com o lucro que cada petroleiro dá a empresa.

A segurança deve ser levada a sério. O trabalhador cumpre seu papel, mas falta o retorno da empresa, cobrando e fiscalizando os que são responsáveis pela saúde e segurança de quem está no chão de fábrica.

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