FNP indica esta terça, 26/08, como Dia Nacional de Luto e Luta

FNP indica esta terça, 26/08, como Dia Nacional de Luto e Luta

Reunida no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 22 de agosto, a Direção Executiva da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) definiu a próxima terça-feira como Dia de Luto e Luta em suas bases. O indicativo da FNP é de que os sindicatos realizem atrasos de uma hora no início do expediente dos turnos e regime administrativo.

Desde o último dia 20 de agosto, quando a categoria recebeu com grande tristeza a notícia do falecimento de Antônio Rafael Santana, 26 anos, existe entre os petroleiros de todo o país um sentimento de grande indignação com a política de (in)segurança da Petrobrás. Antônio atuava como técnico de operação, na REMAN, e foi vítima de uma explosão que ocorreu no dia 16 de agosto, por volta das 23h.

A FNP definiu essa data não apenas em função desta tragédia, por si só suficiente para protestar, mas também em memória do mais grave acidente da REVAP, em São José dos Campos. No próximo dia 26 de agosto, quando os sindicatos atrasarão as atividades das unidades, completam-se 33 anos da tragédia que custou a vida de 10 trabalhadores, em 1981, na base do Sindipetro-SJC.

Um escapamento de gás sulfídrico do tanque 42313 da refinaria ceifou a vida desses trabalhadores, sendo nove de maneira instantânea. O acidente foi gerado por uma operação de urgência na Unidade de Craqueamento Catalítico e todos que foram atingidos pelo gás caíram imediatamente.

Infelizmente, até hoje a companhia parece não ter aprendido as lições trágicas do passado. Aquele acidente de três décadas atrás poderia ter sido evitado, já que a Unidade de Craqueamento Catalítico havia apresentado problemas mais de duas horas antes.

Muitos outros acidentes e incidentes que fazem parte da rotina do Sistema Petrobrás até hoje possuem o mesmo enredo. Em sua maioria, acontecem em virtude da negligência gerencial com a segurança das unidades e dos trabalhadores, seja pela pressão para bater metas, seja pela obsessão por redução de custos para aumentar a taxa de lucro dos acionistas.

Por outro lado, o PROCOP, o PIDV, a política de desinvestimentos e o próprio MOBILIZA, todos eles projetos da alta direção da companhia que intensificam a crise de efetivo reduzido, demonstram que os acidentes e insegurança generalizada não são simplesmente caprichos de gerentes irresponsáveis. Infelizmente, o clima de medo entre os trabalhadores é responsabilidade direta da mais alta direção da Petrobrás, encabeçada pela presidente Graça Foster.

Neste momento, de grande consternação, é preciso unificar e envolver a categoria em uma luta que supera qualquer batalha econômica, qualquer batalha política. Neste momento, a luta é pela vida, é para que possamos trabalhar em uma empresa segura, que valorize seus empregados.

Para a FNP, transformar o luto em luta é a única saída dos trabalhadores para conquistar condições seguras de trabalho. Por isso, convocamos todos os trabalhadores a se somarem às paralisações que acontecerão na próxima terça-feira.

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