Memória: Estadão chamou golpe de ‘revolução’ e cobrou prisão de petroleiros

Memória: Estadão chamou golpe de ‘revolução’ e cobrou prisão de petroleiros

50 ANOS DO GOLPE MILITAR E O PAPEL DA IMPRENSA

A ditadura civil e militar, que completa 50 anos neste ano (entre os dias 31 de março e 1º de abril), não foi bancada sozinha pelos militares. Teve o apoio dos EUA, que financiou logística e economicamente o golpe, em 64; o apoio das multinacionais e da burguesia nacional; e, também, com a ajuda inestimável da grande imprensa.

Folha de S. Paulo, O Globo, Estadão, todos esses jornais (sem exceção) foram entusiastas do regime. Ironicamente, depois também se transformariam em vítimas, com seus periódicos censurados. Entretanto, nada disso apaga o papel perverso que esses grupos desempenharam para a consolidação do regime militar.

No dia 22 de fevereiro de 1967, por exemplo, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria com o seguinte título: “Continuam sem punição agitadores da Petrobrás”. Curioso notar que o Estadão chamava o golpe de REVOLUÇÃO.

Veja abaixo alguns trechos da matéria, que cobra uma perseguição implacável aos petroleiros que tentaram resistir ao golpe.

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Arrastam-se com extrema lentidão, na Justiça, os inquéritos abertos depois de 31 de março de 1964 para apurar as atividades subversivas exercidas na Refinaria Presidente Bernardes (Cubatão), antes da Revolução.

Usando de grande numero de artificies e expedientes á sua disposição, os implicados nessas ações continuam impunes, tentando ganhar tempo, desmoralizar os processos e poder assim, articular-se livremente para reiniciar a obra de subversão. Essa advertência vem sendo feita pelo eng. Cláudio Carlos Godinho e pelo cap. Afonso Blum, funcionários da Petrobrás, que na qualidade de testemunhas processuais deparara com sucessivos adiamentos de audiências e só conseguem depor em condições absolutamente constrangedoras.

Inocuidade dos inquéritos
Embora tenha sido intensa a atividade dos agentes de subversão na Refinaria Presidente Bernardes e em toda a Baixada Santista, nos anos anteriores á Revolução, e se tenha procedido a diversas investigações para apurar seus efeitos e fixar responsabilidades, relativamente poucas foram as punições.

Como relatara as testemunhas, a maioria dos agitadores que pululavam na região, executores de planos que deflagraram nada menos de 196 greves de grande repercussão no período de janeiro de 1955 a março de 1964, continua á solta, apenas aguardando oportunidade para desencadear novamente a subversão.”

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Para ler a matéria na íntegra, disponibilizamos no link abaixo o arquivo em JPEG.

Basta clicar na imagem para ampliar a visualização.

http://tinyurl.com/l9rlahj

Nenhuma resposta para “Memória: Estadão chamou golpe de ‘revolução’ e cobrou prisão de petroleiros”

  1. Petroleiro disse:

    Esse Godinho seria parente do gerente da Alemoa, Flávio Godinho?

Esta matéria foi citada nos seguintes sítios eletrônicos:


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