Justamente no período em que a companhia informou oficialmente que a UTGCA agora passa a ser subordinada à diretoria de Gás&Energia, deixando de fazer parte da estrutura do E&P (Exploração e Produção), a UTGCA vive um período alarmante de vazamentos sistemáticos.
O último deles, ocorrido na semana passada, em 4 de setembro (por volta das 23h50), envolveu o vazamento de 400 litros de C5+, formando uma nuvem de Gás/Hidrocarboneto em altas proporções na Unidade DPP (Afretada). Área já reconhecidamente perigosa, com Alto Potencial de Risco e Altas Emanações de BENZENO, o vazamento agravou ainda mais a situação. Houve contaminação do solo e das britas da unidade, sendo necessária a remoção das britas por uma empresa contratada e, consequentemente, análise do solo em função do derramamento de C5+.
No dia 25 de agosto, por volta do meio-dia, houve vazamento de gás na área UAPO’s, e no dia 27 de julho, aconteceu um vazamento de óleo PSV no compressor Mycon. Ou seja, não é nenhuma novidade o registro de problemas operacionais que colocam a vida dos trabalhadores e da comunidade da região diretamente em risco.
Uma nova técnica do Gás&Energia?
Como se não bastasse o registro sistemático de vazamentos na unidade, as respostas da empresa para os fatos relatados acima têm sido, no mínimo, bem peculiares. Durante reunião de DDSMS no último dia 5 de setembro um dos representantes da companhia, do setor de SMS, chegou a dizer que no dia 4 a empresa conseguiu “regredir” o gás vazado (importante frisar que neste mesmo dia foi registrado pela CIPA que não havia EPI (capacete) no almoxarifado).
Ou seja, poderíamos concluir que a diretoria de Gás&Energia nos trouxe uma técnica avançada o suficiente para recuperar o gás perdido? Fica a dúvida, já que para os trabalhadores o que houve, no máximo, foi o isolamento da área até que o gás se dispersasse.
Dúvida respaldada também pela apreensão que a força de trabalho vive hoje diante da mudança realizada recentemente, seja pelo receio de que haja menos investimentos, seja pelo receio de que direitos sejam ameaçados.
Não por acaso. A diretoria de Gás&Energia é conhecida na própria área, entre os trabalhadores, como “a prima pobre” da Petrobrás, uma vez que os investimentos neste setor são proporcionalmente muito inferiores aos realizados no E&P, por exemplo.
Prova disso é o fato de que a presidente Graça Foster anunciou no 1º semestre deste ano uma redução dos investimentos previstos para a área, que já eram pequenos. A empresa, que havia divulgado anteriormente um aporte de US$13,8 bilhões, diminuiu essa quantia para US$9,9 bilhões.
Evidentemente, a sangria na companhia é generalizada e faz parte do pacote de desinvestimentos aplicado pela presidente Graça Foster, cujos efeitos colaterais têm recaído nas costas dos trabalhadores sobre as mais variadas formas – desde PLR rebaixada, condições inseguras de trabalho, jornadas exaustivas, pressão e assédio moral.
Neste sentido, faz parte também da luta mais específica desses trabalhadores a luta mais geral contra os leilões do pré-sal, que integra uma série de medidas do Governo para a companhia que representa na prática o esvaziamento e a privatização, mesmo que ainda velada e parcial, da maior empresa do país e quarta maior de energia do Mundo.
Companheiros todos nós sabemos que a UTGCA é uma unidade que vive do jeitinho,os trabalhadores ficaram 23 dias parados por segurança ,a unidade que tem um SMS com o herói capitão Benzeno como figura de destaque ,vai se esperar o que ?
Agora fica a apreensão de todos que trabalham aqui,somente nos resta esperar que o sindicato tenha força nesta transição de diretoria do E&P para o gás energia,para levar as demandas da categoria…..