Os atrasos realizados pelos petroleiros de turno da RPBC, que completariam 30 dias na próxima terça-feira (26/03), foram suspensos pelos trabalhadores após um recuo da empresa. Pressionada pela mobilização e pelo agendamento de uma assembleia para discutir a deflagração de uma greve, a gerência da refinaria finalmente se dispôs a negociar e atendeu reivindicações importantes da categoria.
Com isso, os trabalhadores do turno das 15h desta sexta-feira (22/03) entraram normalmente na refinaria, sem atrasos, e com uma importante vitória: o retorno do 7º técnico de operação ao quadro da URCA, cuja redução do quadro mínimo – aplicada em 25 de fevereiro – havia sido o estopim de uma reivindicação antiga dos trabalhadores: a discussão do efetivo de toda a refinaria, até então negligenciada pela empresa.
Além do retorno do 7º homem, em reunião com o Sindicato na última quinta e nesta sexta-feira, o Gerente Geral da refinaria também garantiu outros compromissos (veja na lista abaixo).
CONQUISTAS DO MOVIMENTO
- Retorno imediato do 7º homem da URCA – garantido até a conclusão das discussões acerca do quadro mínimo;
- Investigação dos casos de assédio moral e de perseguição denunciados pela força de trabalho e pelo Sindicato;
- Garantia de voz aos trabalhadores, com discussão do quadro mínimo entre os petroleiros dos turnos e o GG, com a presença de representantes do Sindicato. A gerência garantiu o compromisso de realizar essas conversas por grupo. Elas acontecerão no CEDEM e terão duração de, pelo menos, duas horas;
- Garantia do cumprimento do ACT no que se refere à aplicação do Código 1052 (antigo 215);
- Garantia do direito à dobra dos petroleiros de turno que residem em São Paulo;
- Fim das irregularidades no que se refere ao descumprimento do Interstício (intervalo de 11h entre as jornadas de trabalho);
- Garantia de que não haverá troca de turno unilateral, sem prévia negociação com o trabalhador, seja da operação, enfermagem, técnico de segurança ou inspetor de segurança;
Apesar dessas conquistas, o Sindicato não deixou de cobrar as demais reivindicações e demandas não atendidas. Neste sentido, reforçou a necessidade de revezamento dos gerentes e supervisores por entender que o rodízio é um importante instrumento que a empresa tem nas mãos para evitar novos casos de assédio moral e perseguição.
Outra solicitação reforçada pelo Sindicato é de que a companhia faça um levantamento do número de empregados do turno que estão trabalhando no ADM, mas recebendo seus salários de acordo com o regime de turno. Neste sentido, cobrou que após a coleta desses dados os trabalhadores sejam devolvidos ao turno ou definitivamente indenizados.
Em relação ao quadro mínimo da unidade, além das discussões já garantidas entre os trabalhadores e o Gerente Geral, o Sindicato atuará para que esse debate seja discutido em nível nacional, com o RH Corporativo da empresa e com o setor de Abastecimento.
O Sindicato parabeniza os trabalhadores pela força demonstrada durante todos esses dias de mobilização. Mas alertamos de que a vitória, embora importante, ainda é parcial. Por isso, ressaltamos a necessidade de que a categoria continue mobilizada, pois a luta por mais segurança no local de trabalho não acabou.
A velha máxima de que “só com lutas há conquistadas” mais uma vez foi confirmada pelos trabalhadores.
É triste ver a situação da RPBC tendo que brigar por quadro mínimo, onde todos sabemos que o quadro atual não atende as necessidades.
Mais e triste também ver o nosso sindicato manipulando a categoria em favor de outros; Muito me estranhou o informe convocando os companheiros da RPBC,São sebastião e UTGCA para um movimento pelo quadro mínimo e outras reinvidicações que ao meu ver são problemas da RPBC. No momento não vejo esses problemas aqui na UTGCA, sendo que não caberia a base um movimento para esse fim. Estou certo do que falo, pois logo após o gerente da RPBC voltar atrás no quadro mínimo o movimento acabou e não se falou nas outras bases.Tive uma história na RPBC e por muitos anos vi a realidade de lá, mais sei também que os colegas da RPBC não tem hábito de apoiar ninguém em seus movimentos, o maior exemplo disso foi a greve de 23 dias da UTGCA, onde os “colegas” da refinaria não paravam nem para ouvir os informes da situação da base de Caraguatatuba.Por isso não acho justo quer o sindicato nos peça apoio a RPBC nos movimentos, pois isso só vai acontecer quando os colegas de cubatão começarem a enxergar que o sindipetro LP e composto por outras bases também e não apenas a RPBC.